Certa vez, em um país distante e muito quente, havia um casal de jovens.
A moça era toda comedida e cheia de talentos, apesar de seu gênio forte e suas opiniões intransmutáveis, carregava uma aura de bondade, era muito bela e tinha o dom de fazer rir a toda gente.
O moço era mais desinibido, cheio de gostos só dele e esquisitices únicas, era de um traço genioso um tanto rígido, conquanto sua personalidade fosse exótica, era simples e a com todos convivia bem.
Seus nomes eram Naile e Édigo.
O casal de nossa estória num certo dia de chuva e cheiro de terra molhada, colhia espigas de milho. No meio da colheita, Naile deu um grito e cortou o seu pé esquerdo.
O grito chamou a atenção de Édigo que de pronto foi em direção ao som que ouvira.
Naile havia cortado seu pé em uma pedra afiada, e o moço inconformado logo começou a vasculhar o local e verificar, qual o motivo daquela pedra estar ali.
Enquanto limpava e cavava em volta da pedra, encontrou uma pesada rocha em forma de moeda, essa moeda de pedra tampava a boca de um buraco.
Retiraram a tampa e viram um poço, fundo e frio.
Naile disse que seria bom ela lavar o machucado, Édigo providenciou uma corda e um balde e de imediato já havia água disponível.
Naile sentiu um calafrio ao lavar seu pé com aquela água geladíssima.
Os dois olharam pra dentro do poço e viram imagens estranhas e sons que não compreenderam; imagens de Édigo deixando Naile e de desgraças,…
Choros de crianças e gritos de crianças.
Saíram logo dali, voltaram as suas casas e pouco meses depois casaram-se.
Viveram felizes e prósperos por longos anos.
O que eles não sabiam, é que na parte debaixo da tampa de pedra do poço, havia uma mensagem que assim dizia:
“Poço das profecias, se mesmo por que por uma gota oferecer-nos sangria, o poço lhe mostra todas as gritarias, escândalos e agonias que a vida lhe reserva.”
Ainda bem que eles não leram a pedra, e não viveram sobre o império do medo das profecias.
Tudo que o poço profetizou aconteceu, mas muito mais do que o poço não profetizou veio a acontecer.
Tudo leva a crer que o casal acreditou mais em suas próprias profecias.