sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O CERRADO BRANCO

cerrado

No canto esquerdo da serra nenê vivia Adeijoydilson, Adei por parte de mãe,(Adeivana) e Joydilson por parte de parte de pai.

Adeijoydilson era casado com Madeinusa, filha de Jovanildes e Kellysuelly.

Tinham um filho ainda bebê, Madeindilson.

A vida era feita de paus retorcidos e a comida era mandioca, vez por vez  tinha um lobó de mistura.

A casa era de madeiras nada nobres, tudo muito pobre mesmo, confeccionado com o suor de um e os desesperos do outro.

Madeinusa se casou para não apanhar mais do pai alcoólatra, só isso, sem amor, sem sonhos, sem promessas, sem cerimônia e sem salgadinhos no final.

Na parede, a foto de um candidato a vereador, que eles nunca conheceram, e que prometera uma botina a Adeijoydilson, se ele votasse no tal candidato.

Analfabeto não vota, candidato burro !

Gente que come mandioca o ano todo, não vota candidato burro !

O cerrado não conhece o Senado, o agricultor não sabe onde fica a câmara de vereador.

É gente de outra gente,…

Foi que um dia bateu um vento frio, um guará ganiu alto e um homem de olhos claros disparou.

O disparo insistiu,…

O homem insistiu,…

Naquele dia o cerrado viu acabar as crônicas de Adeijoydilson.

O sangue dele era branco,…

Comia muita mandioca.

4 comentários:

  1. o meu sangue é cor de salgados!
    muito bom o texto, parabensssss!!!!!!

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  2. Legal, curti o conto! Parabéns pela mente fértil.. =)

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  3. que horror..
    que pesar ...

    ....meu sangue deve ser cor de tapioca..todo dia como uma no café da manha da facul.caraca deve ser branco tbm.
    o_O


    ray

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