quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O COLAR DE LISANDRA

Havia numa cidade muito pequena, localizada em uma ilha muito distante do continente, uma vila de pescadores.

Nesta vila viviam, Ditomasio e sua jovem e bela esposa Lisandra.

Ditomasio era apaixonado por Lisandra, amava-a mais que tudo, e, amava muito a vida, o mar, os ventos frios e as manhãs de neblina, todos muito costumeiros naquele lugar.

Lisandra apenas gostava de Ditomasio, e ainda assim, gostava do respeito e admiração que ele tinha de todo na ilha.

O povo da vila não gostava de LIsandra, achavam-na muito antipática e vazia, fosse como fosse, a tal antipatia vinha das falas de Lisandra que, sempre tinha assunto, desde que o papo fosse: jóias, roupas, riqueza e fama.

Um dia Lisandra achou um prato de bronze, enquanto caminhava na beira da praia, havia en tal prato o desenho de um tridente, cercado por flores e por caveiras.

E do lado inverso do prato havia uma prece, um pacto, que assim dizia: “ Bela para sempre, de todo adornada, desde que a vida dada, de amor seja feita, a dona do prato satisfeita, e, o colar lhe ornando o corpo, Poseidn jura que o desgosto, não terá tamanho e nem fim”

Lisandra leu e não entendeu.

Levou o prato a Sarxis, uma velha agoureira, e a anciã lhe explicou: – O prato só aparece aos de coração vazio ! E se o prato receber o sacrifício de um coração cheio de amor, dá ao seu senhor, tudo quanto quiser, desde que o senhor do prato use o colar que sela o pacto.”

Lisandra não pensou mais; chamou Ditomasio para um passeio em seu barco à vela, pediu que levasse frutas e vinho, pão e velas.

Foram os dois em meio ao mar tranquilo da ilha. o vento soprava gostoso, com cheiro de colméia.

Os dois comeram, beberam e fizeram amor intensamente à luz das velas, estrelas e lua.

Ditomaso dormiu; acordou todo amarrado,  com a âncora do barco no peito, foi empurrado por sua amada, recolhido ao leito de morte oceânico.

Lisandra regressou sozinha, chegou na praia e viu uma linha dourada, andou recolhendo-a, achou um colar lindo, cheio de jóias, e, o fio era de ouro.

Vendeu o ouro e ficou rica, colocou o colar e ficou famosa.

Vivei mais 35 anos, sempre jovem, sempre bela, sempre rica,…

Morreu afogada com um copo de água, sozinha, feia como a desgraça, velha como o tempo e fedia mais que qualquer carcaça, enterraram-a fundo, e com um âncora no peito.

Usaram seu túmulo como recipiente, para toda matéria indigente, fezes, urina e qualquer imundície.

Lisandra chegou no mundo dos mortos, sem olhos, sem língua e sem coração

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