Há mais de 500 anos havia um grupo de soldados conhecido como os soldados de cobre.
Não tinham nomes, apenas apelidos, não tinham casas, nem famílias e nem nada.
Nem mesmo armaduras alguns tinham.
Todos eram filhos de eiras e beiras, nobres anônimos; célebres crias do acaso.
Foi que um dia um rei sem braço, para não dizer sem coração, iniciou contra eles tal perseguição, tão dura quanto a religião, tão má quanto pode ser um pagão.
Eles lutaram com o nada que tinham, venceram a maioria dos inimigos, mas a maioria, infelizmente, era menor do que o todo.
Comeram o lodo, foram sepultados sem caixão, nem trombeta, nem tiro de canhão, parecia um funeral de vilão.
Dos troços encontrados nos destroços, acharam uns poucos fósforos, alguns desenhos, roupas velhas e uma placa de cobre.
Na placa podia-se ler: “- estes são os bravos guerreiros de DEUS, são altos como arbustos, fortes como grilos e bons como dias de chuva; lutam pelo bem, suas espadas são fugas, seus escudos a verdade. Não conhecem de bens a prosperidade, mas, carregam um tesouro no coração. Um alerta: QUEM QUER QUE OS MATE, VIVERÁ COMO CÃO, DESEJARÁ SER DESPEDAÇADO POR LEÃO, MISÉRIA, TRISTEZA E MORTE, ALÉM DE ETERNA MÁ SORTE, SÃO AS PROMESSAS, PARA TODOS OS QUE NESSA MALDADE COLOCAREM O CORAÇÃO.
Dizem que o rei furou os próprios olhos e morreu 9 meses depois.
Dizem que a batalha nem foi sangrenta, que os soldados vencidos, foram na verdade convencidos a abandonar o caminho do mal.
Dizem que os guerreiros de cobre eram apenas um grupo de 23 crianças, todas órfãs e sem lembranças da terra natal.
Dizem que foram mortas a pau, pelo rei, seus mais fiéis servos e por um animal.
Eu não digo nada, mas, eu digo:
Fui um dos vencidos e hoje eu odeio o mal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário