terça-feira, 13 de outubro de 2009

OS GUERREIROS DE COBRE

 

Há mais de 500 anos havia um grupo de soldados conhecido como os soldados de cobre.

Não tinham nomes, apenas apelidos, não tinham casas, nem famílias e nem nada.

Nem mesmo armaduras alguns tinham.

Todos eram filhos de eiras e beiras, nobres anônimos; célebres crias do acaso.

Foi que um dia um rei sem braço, para não dizer sem coração, iniciou contra eles tal perseguição, tão dura quanto a religião, tão má quanto pode ser um pagão.

Eles lutaram com o nada que tinham, venceram a maioria dos inimigos, mas a maioria, infelizmente, era menor do que o todo.

Comeram o lodo, foram sepultados sem caixão, nem trombeta, nem tiro de canhão, parecia um funeral de vilão.

Dos troços encontrados nos destroços, acharam uns poucos fósforos, alguns desenhos, roupas velhas e uma placa de cobre.

Na placa podia-se ler: “- estes são os bravos guerreiros de DEUS, são altos como arbustos, fortes como grilos e bons como dias de chuva; lutam pelo bem, suas espadas são fugas, seus escudos a verdade. Não conhecem de bens a prosperidade, mas, carregam um tesouro no coração. Um alerta:  QUEM QUER QUE OS MATE, VIVERÁ COMO CÃO, DESEJARÁ SER DESPEDAÇADO POR LEÃO, MISÉRIA, TRISTEZA E MORTE, ALÉM DE ETERNA MÁ SORTE, SÃO AS PROMESSAS, PARA TODOS OS QUE NESSA MALDADE COLOCAREM O CORAÇÃO.

Dizem que o rei furou os próprios olhos e morreu 9 meses depois.

Dizem que a batalha nem foi sangrenta, que os soldados vencidos, foram na verdade convencidos a abandonar o caminho do mal.

Dizem que os guerreiros de cobre eram apenas um grupo de 23 crianças, todas órfãs e sem lembranças da terra natal.

Dizem que foram mortas a pau, pelo rei, seus mais fiéis servos e por um animal.

Eu não digo nada, mas, eu digo:

Fui um dos vencidos e hoje eu odeio o mal.

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